Perda

E assim começa a história… Em um bar, sem álcool e apenas a fumaça dos cigarros de uma tarde quente de Natal. Naquele dia, todos os grandes senhores e senhoras, reuniram-se em um circulo. Todos jogavam xadrez, porém sem rei ou rainha em nenhum dos lados, ambas as peças haviam sido tiradas no tabuleiro, então era um jogo completamente sem sentido, já que a peça mais poderosa não existia, e não havia ninguém para se por em cheque.

Apenas Virgilio e os irmãos entendiam que aquele jogo que todos havia criado, parecia insensato, por isso, em lágrimas, nostálgicos e também sem reis e rainhas para jogar tradicionalmente, decidiram que se divertiriam da maneira que fosse possível.

E de certa forma, ao menos até dado momento, Virgilio se divertira, bebera alguns goles de cerveja, fumara alguns cigarros, cantarolou algumas musicas, mas nada de se aproximar muito do tabuleiro de xadrez.

Por fim, sentou-se em um canto, já distante dos irmãos, parou-se a ouvir a conversa das senhoras, que tentavam explicar o paradeiro das peças principais do jogo, e foi quando o ouvinte percebeu que tudo parecia errôneo, e repentinamente o manto da tristeza caiu sobre seus ombros, ele então percebeu que em sua garganta havia algo, e que já não podia falar, a verdade é que nem conseguia respirar direito e as lágrimas foram lhe caindo ao rosto, revelando sua face fraca a tristeza, e o manto, durante o dia inteiro, cegou seus olhos.

Viu então que não pertencia nem a fantasia e nem a realidade, que na verdade, era a união dos dois… assim soube que era repartido, e que não poderia jamais escolher um mundo só, tudo em seu ser era par.

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